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Foto do escritorIgor Medeiros

Civilizações Antigas: Os Gregos e suas origens.

Atualizado: 5 de jul. de 2022

Esses dias, estive por jogar “Assassins Creed Odissey” da Ubisoft e me deparei com o incrível trabalho histórico feito, apreciar aquele título utilizando fones de ouvidos enquanto vago pelo mundo grego é uma experiência única. Neste contexto, me lembro do que tornou possível hoje termos algo dessa forma para apreciar, a fusão da tecnologia, o trabalho artístico e as pesquisas dos historiadores que trouxeram a nós atualmente a compreensão daquilo que ficou apenas nas ruínas do passado. Hoje deixo um pouco da minha contribuição sobre os povos helênicos.

Sobre suas origens e o período pré-homérico

Os helênicos, assim como todas as civilizações, possuem um passado sobre sua origem, o período pré-homérico, que recebe este nome graças a Homero, o principal poeta que nos revelou contos de um passado místico da origem dos povos da região, baseia-se exatamente sobre esta pauta, o surgimento dos povos. Acredita-se que o povoamento do mundo grego tenha derivado dos cretenses, a primeira civilização grega. O reino de Creta tem sua origem aproximada de 3 Mil a.C. sendo o povo com a maior influência cultural durante seu período. Sua força marítima era a maior do mediterrâneo em seu tempo e foram deles que muitos povos da Grécia surgiram, vendo em Creta algo a se inspirar. Este reino possuía estruturas e hierarquias de poder avançadas quando comparada com outros povos de sua época, o palácio de Cnossos era a maravilha de seu temp. Devido tamanho poder, os cretenses dominaram os demais povos por séculos, a famosa história de Teseu nos remete a isso, muitas cidades eram obrigadas a ceder escravos para Creta em forma de garantir paz. Tal civilização foi encontrada por um arqueólogo britânico de nome Sir. Arthur Evans em 1899, sendo ele responsável por dar nome a estes povos: minoicos, graças ao rei Minos. Nas lendas de Teseu, o tal rei (semideus conforme as lendas) teria pedido a Poseidon que seu trono deixasse de ser contestado após a morte de Astério, antigo rei de Creta. O Deus então concede-lhe um touro para ser sacrificado em seu nome, porém, Minos se admira ao animal e sacrifica outro em seu lugar, revoltando Poseidon e como vingança fazendo sua esposa ter atos carnais com o animal posteriormente, dando luz a uma criatura meio homem meio touro chamada com o nome de seu avô, Astério, sendo aprisionada em um labirinto. Assim inicia-se a lenda de Teseu, filho do rei Egeu de Atenas, que seria levado como prisioneiro para Creta e derrotaria o Minotauro. Tal conto fora propagado por toda Ática (região norte do território grego, onde se situa a cidade de Atenas), remete a uma história de superação daqueles povos da dominação de Creta sobre eles, mesmo que de forma mitológica, os contos de Teseus são de muito valor histórico, mostrando uma forma dos povos da época de propagar estas vitórias e muito de suas crenças, por mais que estudiosos em tempos atuais deduzam que a queda de Creta seja derivada de um maremoto poderoso que lhes atingiram, não nego que seria deveras interessante considerar que este maremoto foi a ira de Poseidon para com Minos.


Da Guerra de Tróia e o Período Homérico

Este período é um dos mais interessantes quando se trata dos contos gregos, histórias como as Ilíadas e a Odisseia são descritos nesta época, onde já estão estruturadas cidades gregas por toda península. Estas narrativas nos remetem a famosa “Guerra de Tróia” onde os povos gregos se uniram para guerrear contra os troianos (que também eram gregos) para vingar ao insulto causado ao rei Menelau de Esparta que teve sua esposa, Helena, “raptada” por Páris de Tróia. Nomes épicos como Ulisses (Odisseu), Aquiles, Agamenon, Heitor, Ajax entre outros nomes de heróis que foram protagonistas desta guerra. O curioso sobre o caso em Tróia vem do fato de sua narrativa trazer elementos místicos onde os deuses estariam interferindo diretamente na vida daquelas pessoas, Homero coloca a origem de toda uma guerra devida a uma intriga de Afrodite, Hera e Atena, onde buscavam saber qual era a mais bela. Tais histórias demonstram a forma com que muitos gregos enxergavam o seu mundo, dádivas de interferências divinas constantemente. Os próprios heróis desta guerra teriam sangue divino, por isso eram tão especiais como guerreiros, o grande Aquiles, por exemplo, semideus entre o mortal Peleu e a deusa Tétis era imune a danos em seu corpo devido a sua mãe tê-lo banhado no rio Estige, lhe concedendo tais dons exceto em seu calcanhar, pois era onde Tétis o segurava. A própria existência da verdadeira identidade de Homero é um mistério, muitos discutem sobre ser um único homem ou a serem um conjunto de cronistas da época com o título de Homero em seus textos, mas o que verdadeiramente importa é que seja quem for Homero, ele, ou eles, marcaram a história grega com suas narrativas deste passado nebuloso da Grécia.


Pensar sobre a guerra de troia ou a odisseia de Ulisses me faz refletir o quão mágico é o poder do cultural místico entre a humanidade, quanto mais nos aproximamos da realidade tendemos a achar problemas para justificar o desinteresse pelo que é mais verídico, sei que de fato torna-se mais interessante crer em tais contos, mesmo que não duvide dos deuses para eles serem tão reais quanto os atuais que se cultua nos dias contemporâneos, mas considero especial a visão dos antigos em acreditar fielmente na possibilidade de um dos seus descenderem de deuses ou algo assim. Veja que no próprio catolicismo fala-se que cristo irá retornar um dia, mas não me deixo de crer que, caso seja verdade, a humanidade atual não acreditará, muito provavelmente acontecerá-lhe o mesmo que no passado, caçado pelos que estão no poder por considerar algo fora das possibilidades de seu tempo, por defender um único deus enquanto acreditavam em vários. Creio que para haver um novo Aquiles atualmente seja algo impossível, aqui mesmo no Brasil, ainda não aprenderam a tolerar a existência de outras crenças, ainda mais acreditar que alguém consiga ter nascido de um deus.


Do surgimento cultural e o Período Arcaico

Em 800 a 500 a.C. surge o período arcaico da Grécia, marcado pela ascensão das cidades-estados gregas mais importantes como Atenas, Esparta, Halicarnasso, Tebas, Delfos, Corinto, Lídia entre outras. Durante estes séculos o mundo grego ainda se via em construção de suas estruturas políticas, é importante ressaltar que para estes povos não existiam um sentimento de união em comum, para eles, um tebano não era igual a um espartano que também não era igual a um ateniense. Devido a sua geografia montanhosa em que dificultava a comunicação imediata entre as pólis, fez com que culturalmente seus costumes diferissem, mesmo que falassem a mesma língua e cultuassem os mesmos deuses. Desenvolve-se o conceito de democracia, como a cidade de Atenas, por exemplo, formando uma legislação para as suas Pólis, garantindo regras e leis que suprissem as necessidades de sua sociedade, também vale notar o surgimento das castas aristocráticas neste período, estes que eram atribuídos os títulos de mais importantes socialmente, por derivarem das famílias de heróis e lendas místicas do passado, como Aquiles, Héracles e entre outros. Estas famílias comandavam as pólis gregas como outras civilizações antigas, se beneficiando do famoso direito divino de governar. Como um reflexo de uma crescente populacional nas pólis, basileus (reis gregos) decidem por então auxiliar guerreiros a realizarem exploração das terras ao seu redor, conquistando tribos e sociedades mais fracas para garantirem terras a si. Muitos de classes mais baixas que almejavam um futuro glorioso irão aceitar tais auxílios e começar o que chamamos de a colonização grega.


O comércio cresceu, sua cultura começou a florescer, grandes filósofos de um período pré-socrático começam a surgir, grandes templos e estátuas aos deuses foram construídas com as histórias mitológicas deles. Zeus, Afrodite, Hermes, entre outras divindades começam a ter mais e mais textos e lendas sobre eles, sobre seus filhos e herdeiros. A titanomaquia, uma guerra entre pais e filhos; as desventuras de Zeus e seus amores proibidos; as fúrias de Hera pelos filhos bastardos de seu marido; as lendas de Héracles e Perseu; Entre outros contos eram amplamente recontados para irmãos, filhos e amigos. Como hoje fazemos ao contar sobre filmes ou livros que lemos, as táticas de guerra começam a surgir, os exércitos gregos se adaptam aos seus estilos de batalha, o guerreiro Hoplita nasce com sua lança e escudo prontos para montarem suas falanges de guerra, lutando uns contra os outros. Devida as constantes guerras entre uma cidade e outra, na cidade de olímpia surge um movimento esportista, chamada Olimpíadas, onde muitos guerreiros irão treinar e disputar contra outras cidades de forma menos mortal que uma guerra. Os esportes começam a ganhar força garantindo certos períodos de inimizade amistosa entre eles. Com o avanço das influências gregas pela região do mediterrâneo, eles acabam conhecendo civilizações ao entorno de si, como os fenícios, os persas, os egípcios, assim realizando cada vez mais as suas trocas de culturas e gerando mais economia ao seu entorno, porém os períodos de calmaria viriam acabar quando um de seus vizinhos começassem a se sentirem incomodados com a presença dos helênicos pela região, começando o que ainda veremos como Guerras Médicas.

Para o próximo pensar...

Pensaremos sobre o período clássico grego, as guerras médicas, guerra do Peloponeso e o declínio da civilização greco antiga. Além de abordar com maior profundidade alguns conceitos sobre os gregos, como sua cultura vasta, o despertar das filosofias, tradições, mitos e entre outros temas profundos e abrangentes da sociedade helênica.

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1 Comment


Zaroth ,o semeador do ódio
Zaroth ,o semeador do ódio
Jun 15, 2022

Muito bem escrito

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